Sabe quando você sempre foi o tipo de pessoa que na vida sempre se sentiu inferior? Mas não porque você não tivesse potencial ou brilho próprio, mas porque na vida todas pessoas ao seu redor foram apagando seu brilho com o passar dos anos. Agindo de forma a te colocar pra baixo, sempre te lembrando o quanto você não era boa o suficiente, não era bonita o suficiente, e por muitas vezes você ouviu isso da sua própria mãe, que até os dias atuais ainda faz questão de te lembrar de vez em quando que "você também não vai arrumar um homem que te queira ou te aguente do jeito que você é" Então você cresceu essa pessoa que tem brilho próprio, mas nunca acreditou nisso. Cresceu cercada de críticas e pessoas que sempre te fizeram acreditar que não era boa o suficiente. Até que em certos momentos da vida você passou a ser cercada, agora, por suas próprias autocriticas. Agora é você que se critica o tempo todo e sempre acha que realmente não é boa o suficiente.
A verdade é que no fundo talvez você tenha noção do quanto tem brilho próprio e potencial, mas nunca foi encorajada na vida, principalmente pelas pessoas principais que desde a sua infância deveriam terem sido as primeiras a te incentivarem e dar apoio para que crescesse e brilhasse.
Lembro de ter sempre gostado de cantar, desde novinha, mas fui perdendo isso, ficando com vergonha, tímida demais. Dançar também, e lembro que nas poucas vezes que tentei dançar em apresentações da escola, minha mãe estava lá mas era a primeira a dizer o quanto eu dançava mal, assim que voltávamos para casa. Até que eu nem insistia mais em tentar participar das apresentações na época das festas juninas na escola. Pra quê? Se eu aprendi desde cedo que não era boa o suficiente?
Nesse momento da vida, quando você está cada vez mais perto dos 30, e embora se sinta ainda como aquela menina de antes dos 20, você sente que finalmente pode ter coragem o suficiente para brilhar agora, de pouco a pouco, sente que é seu tempo de recuperar o tempo perdido.
É como se a vida agora perto dos 30 anos fosse sua oportunidade de viver e ser o que não foi na adolescência quando te privavam demais, cortaram muito as suas asas e te impediram de voar. Te cercaram por uma gaiola invisível que por muito tempo você acreditou que estava presa. Não te davam a liberdade e você sempre foi a menina boazinha que fazia tudo para ser o que eles queriam que você fosse. E se isso significasse que tinha que ficar presa em casa você ficava porque não tinha como ser de outro jeito. E o único jeito por muito tempo foram as amizades virtuais escondida atrás da tela de um computador, que aos 15 anos se tornou seu melhor amigo, porque você não podia ter a liberdade para sair ou viver como as pessoas da sua idade faziam na sua época.
Com quase 30, você sente essa necessidade ainda maior de criar asas como a bela borboleta monarca do sonho que teve dias atrás perto do dia do seu aniversário. Ela era tão bonita, grande e livre, eu a segurei nas mãos, ela protestou. Senti sua picada e a deixei ir. Agora entendo como é sentir como ela. Se tornar tão bela e livre depois de passar meses como lagarta, e então poder voar e exibir ao mundo seu brilho e potencial que levou tanto tempo pra conquistar. Se alguém te prende, tenta te ter nas mãos, você protesta porque não quer voltar a ser aquela lagarta sem asas, sem brilho. Você não quer mais viver presa na gaiola invisível. Você é bela, tem potencial, você brilha. E não deixe, não permita que o mundo ou qualquer pessoa te tire isso. Se alguém verdadeiramente te ama, ele irá aceitar seu brilho, e irá ter orgulho disso.
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